Mundo | Infopopular – 21/07/2025
Investigação aponta que pilotos desligaram o motor errado após colisão com aves, agravando a situação e levando ao acidente mais mortal da aviação na Coreia do Sul
Um grave acidente aéreo ocorrido em 29 de dezembro de 2024, envolvendo um avião Boeing 737 da Jeju Air, chocou o mundo ao deixar 179 mortos e apenas dois sobreviventes.
Agora, novas informações da investigação revelam que um erro humano decisivo contribuiu para a tragédia: os pilotos teriam desligado o motor errado após a aeronave colidir com um bando de aves.
Segundo fontes ligadas à investigação, os pilotos desligaram o motor esquerdo, que estava em melhores condições. Enquanto o motor direito, que havia sido gravemente danificado pela colisão com aves, permaneceu ligado.
O avião tentou realizar um pouso de emergência, mas acabou colidindo com um muro no aeroporto de Muan, explodindo logo em seguida.
O que aconteceu com o voo 2216 da Jeju Air
O voo 2216 da Jeju Air partiu de Bangkok, na Tailândia, com destino à cidade de Muan, no sudoeste da Coreia do Sul. Durante a aproximação para o pouso, a aeronave colidiu com aves, especificamente patos, que atingiram ambos os motores.
Mesmo com os impactos, os primeiros dados da perícia indicam que o motor esquerdo ainda funcionava razoavelmente bem, enquanto o motor direito sofreu danos severos.
Porém, na tentativa de salvar o voo, os pilotos desligaram o motor que estava em melhores condições, o que contribuiu diretamente para a perda de controle da aeronave.
Perícia e evidências do erro humano
As investigações são conduzidas pelo Conselho de Investigação de Acidentes de Aviação e Ferrovias da Coreia do Sul.
Apesar do relatório final ainda não ter sido divulgado, fontes que acompanham o caso revelaram à agência Reuters que evidências indicam de forma clara o erro na tomada de decisão pelos pilotos.
Em conclusão, os dados de voz da cabine, os registros do computador de bordo e a posição dos interruptores dos motores nos destroços do avião.
Essas evidências apontam que os pilotos desligaram o motor esquerdo, que estava em melhores condições de funcionamento após a colisão.
Como resultado, essa escolha deixou o avião dependendo exclusivamente do motor direito, que não conseguia mais manter o voo devido aos danos causados pelas aves.
O papel da colisão com aves
Colisões com aves, conhecidas na aviação como bird strikes, são eventos relativamente comuns e normalmente não causam quedas. As aeronaves modernas são preparadas para resistir a esse tipo de incidente.
No entanto, a gravidade do impacto depende de diversos fatores, como o tamanho das aves, a quantidade e a parte do avião atingida.
No caso do voo 2216, os dois motores do Boeing 737 foram atingidos, o que aumentou significativamente o nível de risco.
O relatório preliminar, divulgado em janeiro de 2025, confirmou a presença de restos de patos nos dois motores, mas não detalhou os danos em cada um deles.
Sindicato contesta investigação e defende os pilotos
Apesar das revelações preliminares, o sindicato dos pilotos da Jeju Air questiona a condução da investigação. A entidade afirma que não há evidências científicas ou tecnológicas suficientes.
Em resumo, não há elementos que provem que o avião conseguiria pousar em segurança utilizando apenas o motor esquerdo.
O sindicato também acusa os investigadores de estarem tratando os pilotos como bodes expiatórios, tentando atribuir toda a culpa a eles antes mesmo da divulgação oficial do relatório completo.
Por essa razão, os organizadores cancelaram a coletiva de imprensa que haviam programado para ocorrer após uma reunião com os familiares das vítimas, a pedido tanto do sindicato quanto dos parentes.
Reunião com famílias e pressão por respostas
Em uma reunião recente, o governo sul-coreano informou às famílias que o motor esquerdo estava em melhores condições, o que reforça a tese de que houve um erro na tomada de decisão durante a emergência.
No entanto, o governo optou por adiar a divulgação oficial de novos detalhes, alegando a necessidade de respeitar o protocolo internacional de investigação. Ele exige a análise de todos os fatores possíveis antes da emissão de um relatório final.
As autoridades divulgarão o relatório oficial até o final de 2025, já que as investigações de acidentes aéreos costumam levar até um ano ou mais para concluir o processo.
Jeju Air e Boeing se pronunciam
A Jeju Air informou que está cooperando integralmente com as investigações e que também aguarda o relatório final antes de emitir qualquer comentário conclusivo sobre o que causou o acidente.
Já a Boeing, fabricante do avião, confirmou que o Boeing 737 envolvido na tragédia não apresentava nenhum defeito mecânico conhecido antes da decolagem.
Acima de tudo, a empresa acionou o órgão responsável para obter mais informações e colaborar com os procedimentos técnicos.
Relembre o acidente mais mortal da Coreia do Sul
O desastre com o voo 2216 se tornou o acidente aéreo mais mortal da história da Coreia do Sul, com 179 vítimas fatais.
Antes disso, o maior desastre havia sido a queda de um Boeing 767 da Air China, em 2002. O avião caiu em uma colina perto do aeroporto de Busan-Gimhae, deixando 129 mortos.
O voo da Jeju Air terminou tragicamente quando a aeronave, após a tentativa de pouso de emergência, atingiu um muro, explodiu e pegou fogo, mesmo com os esforços da tripulação e das equipes de resgate.
Conclusão: Um conjunto de falhas e decisões críticas
Em resumo, o que determinou a gravidade da tragédia foram as decisões tomadas na cabine de comando, especialmente o desligamento do motor errado.
Sobretudo, a investigação completa realizada pelas autoridades trará mais detalhes sobre por que essa escolha foi feita e se houveram falhas.
Esse acidente serve como um lembrete importante sobre como falhas humanas, combinadas com eventos inesperados como bird strikes, podem resultar em consequências catastróficas.

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